Copos D'água

Copos D'água

16 de julho de 2010

Chove.

Eu juro que rio. É com lágrimas nos olhos, mas eu rio. Apesar de saber que tuas músicas não são pra mim, que tuas mãos seguram as minhas ao acaso, que teu olhar é dúbio e incerto, não falha em causar em mim essa ambiguidade que me faz querer ora te engolir e não te tirar de dentro de mim, ora te mandar pra ela, e que seja feliz.
Rio do meu desprendimento forçado e de desafio à tua preocupação com o meu choro não contido. Me dá ímpeto de gritar a plenos pulmões: "Não se preocupe comigo! Não me queira, em momento algum! Não goste de mim, que não goste..!" e fica preso na garganta o nó que só consegue sussurrar: "Ame.." Ame a mim, ame a ela, não importa, só ame. E assim me dê um motivo pra sentir que tua vida é completa, ou completa sem me ter.. me dê um motivo pra ir embora, ou um motivo pra me agarrar a isso com a alma, e com o sangue, e com todo o líquido que escorre de mim agora. Dos pulsos, dos olhos.
Rio pra arrancar de ti um tapa na cara, um beijo de sugar o ar dos meus pulmões.
Rio..
de lágrima.

2 comentários:

Érika de Lima disse...

Eu, por outro lado grito NÃO. E grito como se todas as vozes se reunissem em mim, projetadas para fora. Sou egoísta e a única divisão que faço é para reunir no final. Você ri lágrimas, enquanto já não acho a mesma graça.

Muito bom de ler o que tu escreve. E não é a primeira vez que passo aqui.
Só tenho uma crítica: falta freqüência. Mentira, devem faltar postagens. Tu deve ter textos à beça que não joga aqui.

Beijo.

Gladius disse...

Honestas e sinceras essas palavras. Há tempos não lia algo assim.