Copos D'água

Copos D'água

5 de março de 2013

Poeira.

Me entrego a ti por partes.. E sempre subitamente, partes tão pequenas, nos deslizes da nossa racionalidade. Quando me arrepia a espinha o som da tua voz, teu olhar que me despe e teu sorriso. Ah, teu sorriso! Como um sorriso tão doce e contido pode me rasgar dessa forma tão invasiva por dentro? Tua boca me atacando com as palavras mais suaves, e me dói, tanto.
_ Parece que o mundo vai explodir um dia, se eu finalmente te ter..
_ Que exploda, eu digo, que exploda. Em um trilhão de pedaços, que sejam tão ínfimos e se misturem pelo ar, nossos átomos rodopiando e entrelaçando o que eram pedaços das nossas pernas, o que restar das mãos, tuas mãos nos meus cabelos, e vamos poder dizer a plenos pulmões que por todo lado dançamos, enquanto o mundo acabava em poeira.