Copos D'água

Copos D'água

14 de setembro de 2008

Antes que o sol apareça
E com ele se vá a razão,
Naquela pilha, as cartas, bilhetes,
Uma rosa vermelha no chão

Minha mão que já não mais sente
Sem tato, seu corpo macio
Amante de tantos sofreres,
Me diga por onde partiu.

Restaram das taças, do vinho
Que um dia selaram amor,
A mancha, pedaços de vidro
Jogados no chão com rancor

Me rasga a carne, essa ponta
Que a dor supere a razão
Espero que a noite não passe,
Não antes que os sensos se vão

13 de setembro de 2008

Vida,
Meu pranto alivia,
É tanto, minha cama vazia,
Me diga que tanto fazia
Enquanto essa alma dormia

Vida,
O santo trazia,
Uma gota de sangue vertia
Me diga como é que podia
Dia/noite, tanta agonia

Vida,
Que antes reluzia
Num copo de água, perdia
A cor, o cheiro, a mania
De sempre orar pelo dia

Vida,
Onde a sorte jazia,
Esquece o que antes existia
Tranforma o que o Sol refletia
Em noite, escura, vazia