Copos D'água

Copos D'água

9 de dezembro de 2008

Meu caminho se faz em meio à névoa, neblina que não dissipa, e esconde o horizonte.
Não há ninguém por perto, e a não importância disso pra mim é o que me preocupa. Se o que acontece é que estou morrendo aos poucos, de olhos abertos, em plena consciência.
O toque me causa repulsa e o calor me enoja, apenas a sensação de ter o abismo em volta me acalma. Nasci para andar em meio ao cinza, ter os pés livres, tateando o desconhecido. Não há caminho que se siga em dois, pois o medo não existe quando alguém segura sua mão. E é só com o medo, porém, que se atinge a plenitude do conhecimento, da experiência. É só o medo que impulsiona uma ação.
Prefiro caminhar assim, sozinha. Tenho como companhia meus múltiplos 'eus', minhas experiências, meus olhos, meu pés, a falta de chão, a névoa, o frio.