Copos D'água

Copos D'água

23 de agosto de 2011

O momento decisivo.

Uma 20×25, em preto e branco, fosco. Ana olhava para aquele pedaço de papel com brilho nos olhos e um leve suspiro. Para qualquer pessoa, aquele retrato não significava absolutamente nada e tudo que poderia representar, se observado com a mínima empatia, era um afeto casual de namorados (como aqueles que se encontra em todas as esquinas e mesas de cafés).

Ela sabia, porém, que Cartier-Bresson previra o momento daquele retrato muito antes de ele acontecer, e que ele não era nada casual. Era o “momento decisivo”, aquele segundo antes do beijo, o silêncio absoluto antes de uma frase e a falta de ar diante do abismo. Sua importância era imensurável, e ela se sentia aliviada por ele também saber disso.

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